quinta-feira, janeiro 10, 2008

Tristeza em verde e rosa

Divido o amor que tenho pelo samba entre a Mangueira e a Portela,as duas primeiras escolas formadas no Rio de Janeiro.
Minha querida verde e rosa anda se destacando muito no cenário jornalístico...
e nem é da forma que eu estava acostumada a ver: escândalo atrás de escândalo.
Eu me orgulhava pelo fato de termos nossas madrinhas de bateria vindo de comunidades e selecionadas através de concurso. Ae me colocam a Preta Gil pra madrinha no Carnaval 2007.
Entrou na onda do paga-pra-desfilar,super comum na maioria das escolas. (ninguém tira da minha cabeça que isso foi coisa do Ivo Mireles.)
Nesse mesmo carnaval,rolou aquele barraco da Beth Carvalho.O caso foi mais comentado que o próprio desfile. Imprensa Maldita!

A Mangueira seguia longe da mídia sensacionalista até chegar à TV imagens do casamento de um traficante e nele,o presidente da verde e rosa entrega uma placa a primeira dama do tráfico.

Sem ingenuidade: todo mundo sabe que as escolas de samba são,em parte, financiadas pelo jogo do bicho. Quem nunca foi a um ensaio,de qualquer agremiação, e percebeu a presença de homens super bem escoltados,com todo mundo em volta comentando....
No ano passado,o samba enredo da roçinha foi escrito por um traficante.
O novo cd/dvd da Alcione,possui uma faixa composta por Tuchinha,famoso chefão das drogas.


Pra 2008,A Mangueira deixou de fazer um enredo em homenagem a Cartola para falar do frevo,deixando caminho livre para a Unidos da Viradouro que pegou o tema do Mestre Mangueirense e convidou Beth Carvalho para interpretar "as rosas não falam" .E ela aceitou,claro. Desde quando essa ae perde uma oportunidade de aparecer?

Ae,nessa semana,a notícia de que existe um túnel que liga um dos camarotes da escola até o morro,trajeto que seria utilizado pelos traficantes,cai como uma bomba na comunidade do samba.
Resultado: Chico Buarque não irá participar do show tradicional da escola.
Todo ano a Mangueira faz um show e reune vários nomes consagrados da música brasileia e utiliza o dinheiro da bilheteria para os projetos sociais que mantém,que não são poucos e dão muitos resultados.

Só me resta cantar os versos que ficaram eternizados na voz de Clara Nunes,portelense.

"Dei um aperto de saudade
No meu tamborim
Molhei o pano da cuíca
Com as minhas lágrimas
Dei meu tempo de espera
Para a marcação e cantei
A minha vida na avenida sem empolgação
Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão"

2 comentários:

Luiza Prestes Karam disse...

Sou curitibana, pé torto, quadris duros, não sei sambar, mas adoro ver o Carnaval. Veja bem, ver, porque não sou nem louca de tentar dançar. Amo samba, assim como amo Chico Buarque e Paulinho da Viola. Eu até antipatizava com a Mangueira, mas aí tive de me render, ela homenageou o Chico. Eu não tenho uma preferida, mas vibrei com a vitória da Vila Isabel, pois é a escola de minha mãe (influências de Martinho da Vila e Noel). Fiquei triste quando a Vila caiu. E mais triste, concordo com você, é ver como a imprensa está destratando a Mangueira. "Quero ver a Mangueira, derradeira estação".

february star disse...

que triste =(

EI, olha isso aqui em cima... VOCÊ TÁ ROUBANDO MEUS AMIGOS